O Seminário Paraná Verde reuniu as principais lideranças da área de saneamento e infraestrutura do Paraná para discutir inovações sustentáveis para o setor 

O diretor de sustentabilidade da SANEPAR, Julio César Gonchorosky, revelou hoje, durante
o evento Paraná Verde, realizado pelo BRDE e Phytorestore Brasil, que a empresa planeja
implementar um projeto de reserva hídrica a partir de Soluções Baseadas na Natureza
(SbNs). O projeto está localizado na Bacia do Rio Iguaçu e tem como objetivo reforçar a
segurança hídrica para Curitiba e Região Metropolitana.

De acordo com o executivo, os jardins filtrantes ocuparão uma área de cerca de 300
hectares e já contam com um volume de aproximadamente 2 bilhões de litros de água
armazenada. Com a utilização da tecnologia dos jardins filtrantes (wetlands, em inglês), a
capacidade de tratamento de água com qualidade para captação para reúso indireto potável
chegará a mais de 150 litros por segundo, o suficiente para abastecer uma população de
até 200 mil pessoas.

O projeto da SANEPAR aproveita o histórico de mineração de argila na Bacia do Rio Iguaçu
como forma de ampliar a armazenagem de água nas chamadas cavas. “Já fizemos toda a
interligação das cavas, dando circulação para essa água. Há ganhos ambientais e hídricos
não só para o abastecimento ao público, como também para o rio Iguaçu”, afirmou
Gonchorosky. Segundo ele, as cavas e jardins filtrantes podem ser utilizados como barreiras
secundárias para a água oriunda da Estação de Tratamento de Esgoto Atuba Sul. “As
plantas aquáticas são ótimas para retirar fármacos e hormônios da água”.

Cristiane Schwanka, CEO da Phytorestore Brasil, hoje a principal referência em jardins
filtrantes no mundo, destacou que as Soluções Baseadas na Natureza são iniciativas de
rápida implementação e custo competitivo para atender demandas urgentes de segurança
hídrica e tratamento de efluentes. “O custo total de um jardim filtrante é cerca de 30% ao de
um sistema de saneamento convencional. E os resultados começam a ser observados em
menos de 60 dias após a implantação. Ou seja, dado os desafios climáticos e de
universalização do saneamento, é imprescindível lançar mão de SbNs.

De acordo com o estudo “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento no Paraná”,
divulgado no fim de março pelo Instituto Trata Brasil, o estado tem um dos melhores
desempenhos do país na área de saneamento. Em 2022, 96,1% da população tinha acesso
à água tratada e 76,3%, acesso à rede de esgoto. Ainda assim, o caminho para a
universalização é desafiador. Luana Pretto, presidente do Instituto Trata Brasil, ressalta que,
além de investimentos de longo prazo, é preciso buscar inovações para o setor.

“Geralmente, os locais que não contam com saneamento são áreas rurais, vulneráveis.
Vamos precisar pensar em modelos complementares, como as SbNS, para que possamos
ter soluções adequadas à realidade de cada local”, disse.

Heloisa Garrett, presidente do LIDE Paraná, e anfitriã do evento falou sobre a importância
de discussões como as dos painéis do Seminário Verde. “O Saneamento tem o poder de
transformar a vida das pessoas, ele leva dignidade às comunidades. Hoje, pudemos
acompanhar os debates sobre Soluções Baseadas na Natureza (Sbn) que podem favorecer
a questão ambiental e social”, falou. A presidente ainda reforçou o grande papel do LIDE
em aproximar a iniciativa pública da privada.

Integrante do Sistema LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, o LIDE Paraná atua na
construção de uma agenda positiva voltada ao fortalecimento da economia daquele que é o
quarto PIB do Brasil.

Ciente do potencial de crescimento das empresas da região, o LIDE Paraná se posiciona
como um hub de negócios para a promoção de oportunidades de investimento,
desenvolvimento econômico e social e construção de conexões únicas, estimulando as
interações e o networking empresarial. Volta-se, ainda, à discussão de temas econômicos e
políticos de interesse nacional