
Dia do Empreendedorismo Feminino: conheça mulheres paranaense inspiradoras e que estão fazendo história
As mulheres são maioria da população brasileira. Segundo o Sebrae, empreendedoras estudam 16% a mais do que empreendedores. Enquanto 18% dos homens brasileiros de 25 a 34 anos têm Ensino Superior, essa porcentagem sobe para 25% entre o sexo feminino da mesma faixa etária. Então, o que falta para que as mulheres consigam alcançar seus objetivos profissionais?
Outros dados podem explicar: apesar de estudarem mais, elas ainda ganham 22% a menos do que homens e ocupam somente 13% das posições de destaque entre as maiores empresas do país – de acordo com estatísticas do Sebrae.
Hoje, 19 de novembro, é comemorado oDia Internacional do Empreendedorismo Feminino, uma iniciativa que surgiu da parceria de instituições globais com as Nações Unidas para fomentar a iniciativa feminina no mundo dos negócios. Ações de grupos de liderança feminina, como o LIDE Mulher Paraná, visam, principalmente, desenvolver as mulheres individual e coletivamente. No primeiro aspecto, realizando mentorias, aulas e promovendo desenvolvimento pessoal. No sentido conjunto, criando uma rede de fortalecimento e apoio feminino.
Filha de empresários, Emanuelle Mourão é mãe de 3 filhos e decidiu criar a própria empresa há oito anos, a M.Mourão Consulting. Quando chegou à cidade, Emmanuele tinha 25 anos e um cargo executivo, mas mesmo assim se sentiu um pouco desamparada por não existir grupos com lideranças femininas.
“Queria ter um grupo de apoio. Como não encontrei nenhum, fundei na Amcham, em 2005, o Grupo Mulheres Executivas do PR”, diz a empresária. Hoje, ela é membro do Comitê do Lide Mulher Paraná. Seu trabalho de headhunter (processo de atração e seleção de profissionais para as empresas) ajuda os clientes, sobretudo empresárias, a desenvolverem seus times.
“Sempre me engajei nessa causa. Me identifico com mulheres empreendedoras, e a maioria dos cargos de presidência ainda é ocupado por homens. Eu sou essa mulher também, tendo que desbravar as coisas no peito, na raça, para conquistar meu espaço”, conta.
As inquisições que envolvem a mulher no mercado de trabalho passam, sobretudo, por questões históricas, sociais e culturais. A introdução da mulher nesse meio se deu em grande escala com a I e II Guerra Mundial, quando os homens foram convocados para a guerra e as mulheres passaram a assumir os negócios da família e tiveram que colocar comida na mesa.
No século passado, as diferenças de remuneração entre os sexos se baseavam principalmente na suposição de que os homens tinham de ser pagos com um valor suficiente para sustentar uma família. A maioria das mulheres que ingressou na força de trabalho nesse período era solteira, ou seja, não tinha dependentes para dar suporte. De acordo com essa lógica, poderiam receber salários menores.
De lá para cá, muita coisa mudou. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as mulheres são, hoje, responsáveis por sustentar 43% dos lares brasileiros. De 2012 a 2020, a quantidade de mulheres que ocupavam cargos de liderança no mundo dobrou — de 10% para 20% — de acordo com o Índice de Diversidade de Gênero (IDG). Mas, o caminho a percorrer para a equidade é longo.
Em seu trabalho, Emmanuele nota que a diferença salarial não é explícita, mas a diferença acontece na hora da contratação. “As mulheres são mais flexíveis nas negociações, os homens são mais firmes. Mas as empresas já estão percebendo que o jeito de pensar e agir das mulheres pode colaborar na estratégia da empresa”.
A data de hoje é um lembrete de que ações que devem ser realizadas diariamente para o apoio feminino, pois, segundo Emmanuele, as mulheres foram ensinadas a competir. “No dia de hoje celebramos a coragem e a resistência em meio às dificuldades. Nossa rede de apoio é feita para acreditar que elas podem”.
*Matéria publicada na Revista Top View. Confira na íntegra: https://topview.com.br/poder/negocios-carreira/dia-do-empreendedorismo-feminino-conheca-mulheres-paranaense-inspiradoras-e-que-estao-fazendo-historia/