
As transformações sociais, ambientais e tecnológicas que impactam o varejo foram tema do almoço-debate no LIDE Paraná , com o especialista em varejo e CEO da Gouvêa Ecosystem, Marcos Gouvêa.
O que fazer para disputar mercado com as grandes plataformas de comércio online? Como lidar com o consumidor que é assediado, o tempo todo, por ofertas baseadas em hábitos próprios de consumo, faixa etária, e desejos? É isso que a tecnologia permite e o varejo corre atrás das mudanças para se adequar e não perder oportunidades. É uma transformação gigantesca em tempo record. Foi esse desafio que trouxe ao LIDE Paraná um dos maiores nomes do varejo no Brasil, o CEO da Gouvêa Ecosystem, Marcos Gouvêa.
Ele destacou as transformações após a pandemia e como elas estão impactando o comércio e a importância do setor varejista para a economia do país. “Atualmente, a participação do varejo no Produto Interno Bruto (PIB) é um indicador do desenvolvimento de mercado. Conforme uma economia progride, a população tende a migrar do consumo de bens para serviços. Na área de alimentos, por exemplo , vemos uma transformação do modelo de compra de produtos para consumo em casa, para a adoção de serviços de alimentação fora do lar. Essa tendência, que se expande para outras áreas, mostra um aquecimento do mercado”, indicou o especialista. “O varejo será cada vez mais protagonista, e as perspectivas para os próximos anos serão integradas”, acrescentou.
Segundo dados da ABComm, quando se trata do varejo físico em comparação ao varejo digital, todas as projeções presentes indicam que a parcela de vendas no meio digital, por exemplo, nos Estados Unidos, chegará a cerca de 30% até 2027. Isso significa que 70% das vendas serão realizadas por outros canais, com uma participação significativa das lojas físicas. No Brasil, esse processo possui características próprias, especialmente devido à faixa etária da nossa população, uma das mais jovens do mundo, com idade média um pouco acima de 30 anos, além da volatilidade de nosso comportamento e das características culturais específicas.
Gouvêa ressaltou que o varejo físico continua sendo relevante. “Não é possível afirmar que será dominante, mas coexistirá com o digital. O maior desafio e oportunidade estão exatamente nisso, em buscar alternativas para as novas comunidades. O antigo PDV – ponto de venda- evoluiu para “Omni PDX” – o ponto de relacionamento e experiência que pode resultar em venda. Sendo assim, o termo “X” representa tudo o que é incorporado ao processo de venda: a experiência, a educação, o relacionamento, a mídia no ponto de venda, integrando o físico e o digital, e qualquer outra oportunidade viável.
Para finalizar ,Gouvêa deixou uma reflexão aos participantes. “Talvez devêssemos acrescentar a toda essa projeção o ditado popular “barriga no balcão, pés no chão e olhos no futuro”. A combinação desses três elementos significa: “barriga no balcão” – foco e dedicação à excelência da operação, lidando com a realidade do dia a dia; “pés no chão” – pensar nessa realidade de forma equilibrada e ponderada; e “olhos no futuro” – considere sempre o que está por vir e as tendências emergentes”.
Para a presidente do LIDE, Heloisa Garrett, as transformações são maiores do que costumamos enxergar, por isso o grupo busca sempre novas maneiras de apoiar o empresariado paranaense. “É preciso entender para que possamos liderar as mudanças.
Os desafios da liderança em tempos turbulentos devem ser enfrentados com uma nova visão, integração de equipes e um reconfigurado senso de urgência“. disse.
Marcos Gouvêa é autor e co-autor de vários livros de gestão, consultoria global de negócios, varejo e distribuição, como Alianças para o Sucesso no Varejo, A Quinta Onda dos Serviços no Varejo (2007), Neoconsumidor – Digital, Multicanal e Global, Metaconsumidor e outros. No passado, Marcos Gouvêa foi executivo em grandes empresas nacionais e internacionais no segmento de varejo.